Alvo dilúvio
Quanto tempo sem
regar os poros
da encantada face
encanto ou rotina?
eis que surge o desvio
e os passos oscilam do eixo
mostra o frágil caminho
estrada de terra e pó
seca e só
a pedir por chuva
água e vento pro futuro
alcançar, enlaçar
Atrás do vendaval
traz os dias
amarrados nas costas
garrafas vazias
percutindo o caminhar
ora certeiro , ora errante
têm sede madura
Deve encher com goles
do dilúvio
que avista longe
onde todo cansaço é pouco
arde embebido, úmido
deslizante delícia
escorre
se engole pouco a pouco
até secar
quer recomeçar
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Para Nietzsche a vida é sempre dor. A felicidade é consequência do movimento. O caminhante ainda insiste em andar, mesmo com as garrafas vazias e empoeiradas pela estrada. Mas ele anda, e tem sede, isso é o que mais importa. Parabéns pelo belo poema!
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