segunda-feira, 16 de abril de 2012

Nua Solidão

Nua 
Solidão da noite
Nua solidão
Sedenta
Se deita
Nua e só
Se encheu 
De enfeites
Ouro e pó
Deleites, dentes


Crua
Imensidão da noite
Crua imensidão
Sedenta se deita
Nua e só
Desejo ardente
Ouro e pó
Auroras ausentes


E a lua se põe
Pro sol sair


Rasga o silêncio
Índigo nu
Pinta de estrelas
O movimento flou
Doura

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Alvo dilúvio

Quanto tempo sem
regar os poros
da encantada face
encanto ou rotina?
eis que surge o desvio
e os passos oscilam do eixo
mostra o frágil caminho
estrada de terra e pó
seca e só
a pedir por chuva
água e vento pro futuro
alcançar, enlaçar

Atrás do vendaval
traz os dias
amarrados nas costas
garrafas vazias
percutindo o caminhar
ora certeiro , ora errante
têm sede madura

Deve encher com goles
do dilúvio
que avista longe
onde todo cansaço é pouco
arde embebido, úmido
deslizante delícia
escorre
se engole pouco a pouco
até secar
quer recomeçar

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

quimera vivida - um boto


sopro


sopro
corpo em ventania
gingando de desejo
ao som que imobiliza
esvazia as verdades
despe os pensamentos

glissa
entre as curvas sutis de
toda meninice
articuladamente
doce e voraz
ais de úmidos solos

aí então
ter de escudo o sorriso
para a tua cor de rosa.
e a tez sem arrepios
absorvendo cada gota do teu som,
boto.